MORADORES E PRODUTORES SOFREM COM A FALTA DE MANUTENÇÃO DAS ESTRADAS RURAIS

Em nome dos moradores da zona rural de Alfenas e representando os produtores do município, Daniel Agostini de Miranda de Castro, Vice-Presidente do Sindicato Rural, usou a tribuna da Câmara dos Vereadores, na segunda-feira (15) para pedir melhorias e manutenção das estradas rurais de Alfenas.
O produtor começou reconhecendo que, a grande extensão de estradas rurais do município pode até dificultar sua conservação, no entanto, ele alertou que a falta de manutenção aumenta o trabalho, eleva o custo do transporte da produção, diminui a qualidade dos produtos e aumenta o tempo para que os moradores e trabalhadores rurais se desloquem para a cidade em busca de escola, hospitais e supermercados.
Daniel Agostini contou que, sem a devida manutenção, os problemas das estradas pioraram nos dois últimos anos. “A gente vê que a prefeitura tem dificuldade com maquinários, com equipes pequenas e poucas máquinas, (…) mas viemos pedir para que olhem um pouco mais para a zona rural. Quando a gente fala das 30 principais empresas que geram empregos e divisas no município, 18 delas são ligadas ao agronegócio. O agro representa mais de 50% das maiores empresas de Alfenas”, justificou Agostini.
Segundo ele, esta semana, as máquinas da prefeitura estão trabalhando próximo à sua propriedade, no entanto, ele avisou que “há mais de um ano, a prefeitura não fazia a manutenção” em sua região. “O que eu mais escuto das pessoas que moram e trabalham na zona rural são os gastos que tiveram com seus carros. Caminhoneiros que estão puxando a produção, estão passando apertado, quebram ponta de eixo, pneus e isso é caro, lamenta Agostini.
“Estamos aqui, nós produtores e o sindicato rural, para dar as mãos ao poder público, através das secretaria e dos nossos vereadores, para termos acesso digno aos moradores, mas pedimos que os senhores tenham um olhar para a população rural, pediu Agostini aos vereadores.
Segundo o produtor, com as últimas chuvas, os alunos ficaram até 15 dias sem ir para escola. “Porque as estradas estavam intransitáveis.”
Iolanda da Silva dos Santos, Secretária de Obras e Desenvolvimento Urbano, que estava no plenário, justificou que as fortes chuvas do início do ano prejudicaram os trabalhos. Mas Daniel Agostini ponderou que faltou um trabalho preventivo por parte da prefeitura. “Em outros municípios o acesso do transporte escolar não parou. Não estou aqui para culpar ninguém, vim trazer o nosso ponto de vista para que melhore o nosso acesso, a escoar a produção e que o trabalhador rural possa chegar a escola, ao hospital. A pessoa ficar 10, 15 dias ilhado, sem conseguir sair é muito ruim. Cabe um trabalho preventivo, ensina o produtor.
Daniel adiantou que o sindicato rural vai confeccionar cartilhas educativas para que os proprietários rurais permitam que se façam bolsões próximo às suas propriedades. “A lei municipal de estrada tem que funcionar, a enxurrada tem que ser tirada da estrada pra dentro da terra do produtor. A lei tem que prevalecer. Alguns produtores também estavam dispostos a fornecer e a pagar cascalho pra prefeitura. Então o produtor rural está aberto. Precisamos ter um trabalho sério. Nosso município é muito produtivo”, finaliza Daniel Agostini.
QUANTO JÁ FOI PAGO À EMPRESA QUE FAZ A MANUTENÇÃO DAS ESTRADAS RURAIS?
Paulinho do Asfalto lembrou que o município tem cerca de 2 mil e 500 km de estradas, o que dificulta a manutenção.
Já o Vereador Jaime fez duras críticas aos valores que já foram pagos à empresa que tem a concessão para a manutenção das estradas rurais. “Se nós fizermos o requerimento sobre o que já foi pago pra esse empresário, daria pra comprar de ‘30 patrol’ para o município. O que que ‘tá’ fazendo esta empresa, que recebe o cúmulo todo mês, e as nossas estradas estão esta vergonha? E culpado somos nós, sou eu vereador. Mas eu vou prometer que eu vou fazer um requerimento dos últimos cinco anos, para ter a noção do que a prefeitura já pagou pra essa empresa”, admitiu Jaime Daniel.
Ele completou: “Até quando nós vamos aceitar isso? Eu acho que nós, todos os vereadores, ‘tinha’ que assinar um requerimento para saber o que que foi pago a esta empresa. E por que esta empresa deixou para resolver o problema das estradas só agora e ficou um ano sem passar lá na propriedade do senhor Daniel?”, disparou o vereador
Em defesa do governo, Tani Rose lembrou que o maquinário da prefeitura é obsoleto e que novos equipamentos devem ser adquiridos. Ela admitiu que a prefeitura tem dificuldade na compra de cascalho e que na gestão anterior este produto vinha de outro município já que o município não tinha cascalheira com a devida documentação ambiental: “por isso precisou terceirizar o serviço das estradas rurais”, desculpou a vereadora. Ela também admitiu que a empresa terceirizada não supre todas as necessidades devido a quantidade de estradas rurais no município.
Por sua vez, o vereador Braz da Máquina lembrou que a manutenção das estradas deve ser feita em períodos de seca. “Deve mexer nas estradas na época da seca e compactar muito bem”, ensinou.