DISCURSO LINDO, PRÁTICA NEM TANTO

Na segunda-feira, dia 1º, os vereadores de Alfenas aprovaram, por unanimidade, que tramite em regime de urgência na casa a criação da secretaria da mulher, proposta pela vereadora Katia Goyatá (PDT).

O discurso é bonito mas, na prática, não é essa a realidade. Esse fato poderia ser facilmente ilustrado com o caso do afastamento do vereador Guinho (PT), que é acusado de agredir a esposa, Camila (assessora do deputado Luizinho do PT). Isso porque quando a suposta agressão ocorreu, NENHUM vereador deu iniciativa ao pedido de afastamento do petista. Nem mesmo vereadores que fazem discursos lindos – porém supostamente esvaziados de verdade – como a própria Katia Goyatá, Luciano Solar e Tani Rosi. Todos ficaram inertes e foi necessária uma ação popular para dar início ao processo que afastou o suposto agressor, Guinho (PT).

Mas, para não ficar apenas em um caso em específico, vamos a um outro fato, de repercusão nacional: na segunda-feira os vereadores disseram defender as mulheres para justificar a criação de uma nova secretaria, porém, no dia seguinte, o filho de Lula agrediu sua ex-companheira, físicamente e verbalmente, segundo notícias amplamente veiculadas pela imprensa nacional, além de se gabar de que escaparia da justiça (igual o seu pai, Lula) por se tratar do filho do presidente.

Posteriormente a esse fato envolvendo o filho de Lula, ocorreu nesta segunda-feira, 08, reunião da câmara de vereadores de Alfenas. Os autodenominados defensores das mulheres sequer tocaram no tema. Nem a vereadora Kátia, que se intitula representante e advogada da causa das mulheres, nem Luciano Solar, que adora falar de temas nacionais, nem de Tani Rosi, que se auto intitula defensora as mulheres.

Ou seja, a criação de uma secretaria da mulher após esses fatos tem verniz de defesa da mulher, porém, mais parece um abrigo para aliados políticos, custeado pelos impostos da população. A importância da defesa da mulher deveria ser imparcial, ou seja, independente do lado ideológico (esquerda, centro ou direita). Com tal atitude, os vereadores transparecem para a população uma mensagem de que se a mulher é de esquerda, ela poderia apanhar que jamais irão se revoltar, se não forem provocados a isso pela população, como ocorreu no caso do vereador Guinho (PT).

Agora, façamos um exercício: troque o nome dos personagens envolvidos e veja a mágica acontecer. Se fosse um filho do presidente Bolsonaro a agredir a esposa, certamente esses vereadores de extrema esquerda mencionados nesta matéria estariam fazendo um show na reunião da câmara, atacando até mesmo o Bolsonaro que nada teria a ver com o problema. Porém, como se trata do filho de Lula, não há crítica ao filho dele, não há crítica a ele. Ou seja, passam a ideia de que mulher de esquerda pode apanhar.

Num momento como esse é importante trazer ao centro do assunto dados do Atlas da Violência[1]. No governo Bolsonaro a violência contra a mulher teve queda, chegando a taxa mínima de 1,2 por 100 mil mulheres. Já sob Lula, apoiado por esses vereadores, ocorreu aumento significativo da violência contra as mulheres e houve registro histórico de 1,4 por 100 mil mulheres [2].

Diante desses fatos, alguém viu algum vereador abordar o tema? Nenhum. Nem mesmo a Katia Goyatá que propôs a criação de uma secretaria da mulher, que segundo populares, seria para abrigá-la numa eventual reeleição do atual prefeito, Fabio Florêncio, uma vez que ela não teria votos para se reeleger, e, supostamente, foi preterida de ser a vice do atual prefeito. Os demais vereadores, Luciano Solar, Tani Rosi e outros, estão em silêncio absoluto. Então fica o questionamento: os vereadores de Alfenas realmente se preocupam com as mulheres? Ou se for mulher de alguém de esquerda vai apanhar que nada acontecerá?

REFERENCIAS
[1] https://www.ipea.gov.br/atlasviolencia/arquivos/artigos/9350-223443riatlasdaviolencia2023-final.pdf
[2] Gazeta do Povo – https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/feminicidio-bate-recorde-primeiro-ano-lula-1-463-casos-registrados/

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