Aumento em 1 ponto percentual ocorre em meio a um contexto de forte pressão inflacionária, aumento no dólar, alta dívida pública e gastos governamentais elevados.
O Banco Central do Brasil decidiu ontem elevar a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual, atingindo 12,25% ao ano. Esse foi o maior aumento desde o período da pandemia.
CONTENDO A INFLAÇÃO EM UM CENÁRIO DESAFIADOR
O aumento da Selic reflete a estratégia do Banco Central para combater a inflação, que continua alta e ameaça o poder de compra das famílias brasileiras. A alta do dólar, que ultrapassou R$ 6, tem impactado diretamente os preços de produtos importados e insumos essenciais, como combustíveis e alimentos. Além disso, o endividamento público crescente e os gastos governamentais têm alimentado expectativas inflacionárias, exigindo uma resposta mais agressiva da política monetária.
O PESO DA ALTA DOS JUROS PARA OS MAIS POBRES
Embora a elevação dos juros seja uma ferramenta fundamental para controlar a inflação, seus efeitos são desproporcionais. A classe mais pobre sente com maior intensidade o aumento do custo de vida, especialmente em itens básicos, como alimentos e transporte. Além disso, juros altos encarecem o crédito, dificultando ainda mais o acesso a financiamentos para consumo e moradia.
Para famílias de baixa renda, o aumento da Selic pode significar menos acesso a oportunidades econômicas. Pequenos empreendedores, por exemplo, enfrentam maior dificuldade para obter crédito, prejudicando a geração de renda em comunidades mais vulneráveis.
REAÇÃO DO MERCADO E DESAFIOS FUTUROS
A decisão do Banco Central é também um reflexo das expectativas de investidores e do mercado financeiro, que demandam uma postura mais rígida diante do aumento dos riscos fiscais. Ainda assim, o Brasil enfrenta o desafio de equilibrar o controle inflacionário com o estímulo ao crescimento econômico, uma tarefa complexa em um cenário global de incertezas e pressões externas.
Enquanto isso, para milhões de brasileiros, o impacto da alta dos juros é imediato e sentido no bolso. O futuro próximo exigirá medidas coordenadas entre política fiscal e monetária para garantir que o combate à inflação não agrave ainda mais as desigualdades sociais.